TCE-SP aponta falhas graves na gestão municipal de Pirassununga e risco à segurança em prédios públicos

Pirassununga (SP) — Um relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) referente ao 2º quadrimestre de 2025 revelou uma série de irregularidades, falhas estruturais, obras paralisadas e possíveis prejuízos ao erário envolvendo a administração municipal de Pirassununga. O documento analisa dados da gestão do prefeito Fernando Lubrechet e aponta riscos operacionais, orçamentários e legais.
Entre os principais pontos citados pelos auditores estão: gastos sem execução correspondente, inconsistências no consórcio de saúde CISMETRO, prédios públicos sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), déficit de vagas em creches, obras públicas paralisadas e a investigação sobre o pagamento irregular de R$ 2,18 milhões decorrente de um golpe envolvendo o vale-alimentação dos servidores.
Mais de 98% dos prédios públicos não possuem AVCB
O relatório classificou como grave a situação das estruturas municipais: 252 prédios públicos foram analisados e 98,41% deles não possuem AVCB válido, incluindo escolas, unidades de saúde e prédios administrativos. Na Secretaria Municipal de Saúde, nenhuma unidade possui o documento exigido, e na Educação apenas 4,88% estão regulares.
O Tribunal ressalta que essa irregularidade já havia sido alertada em fiscalizações de anos anteriores, o que indica descumprimento contínuo das recomendações legais.
Obras paradas e inconsistências em informações oficiais
A fiscalização constatou ao menos três obras públicas paralisadas, entre elas:
– Reforma do ginásio de ginástica olímpica
– Revitalização do Parque Municipal Temístocles Marrocos Leite
– Construção da UPA 24h, paralisada há anos e com 99% concluída
Em alguns casos, o TCE afirma ter encontrado informações contraditórias entre o que foi declarado pela prefeitura e o que consta no Painel de Obras Públicas, sugerindo falta de transparência e divergência de dados oficiais.
Pagamento irregular de R$ 2,18 milhões segue sob investigação
O relatório confirma que a prefeitura efetuou o pagamento de R$ 2.181.878,66 para uma conta bancária que não pertencia à fornecedora oficial do vale-alimentação, após suposto golpe aplicado por meio de boleto fraudado.
O caso gerou:
– Abertura de Boletim de Ocorrência
– Ação judicial para bloqueio dos valores
– Instalação de Processo Administrativo Disciplinar
– Criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) no Legislativo
Educação infantil segue com déficit de vagas e escolas em condições precárias
Os auditores constataram que a cidade ainda enfrenta déficit de 234 vagas em creches, apesar de recomendações feitas em fiscalizações desde 2018.
Em visita técnica, o Tribunal também identificou problemas estruturais em escolas da zona rural, incluindo:
– Falta de água potável;
– Caixas d’água enferrujadas;
– Uso de água de poço sem laudo sanitário;
– Fossa sem regularização ambiental;
Segundo o documento, a situação oferece risco direto à saúde de crianças e profissionais.
Contas e execução orçamentária se levantam alerta
A execução orçamentária municipal registrou tendência de déficit e o Tribunal emitiu cinco alertas formais sobre riscos de descumprimento das metas fiscais. No mesmo período, despesas correntes atingiram 94,70% das receitas, ultrapassando o limite constitucional permitido.
Histórico negativo da gestão
As contas municipais dos últimos anos avaliados (2021, 2022 e 2023) já receberam pareceres desfavoráveis do Tribunal de Contas, com reincidência de falhas em educação, transparência e execução financeira.
Situação agora será encaminhada para nova etapa de análise
O relatório ainda não apresenta parecer final, mas antecipa que os pontos encontrados poderão influenciar na decisão técnica sobre as contas do exercício analisado.
A prefeitura de Pirassununga poderá apresentar defesa e justificativas após a notificação oficial.


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