Inclusão avança nas empresas, mas ainda há barreiras a serem superadas

Foto: Freepik
Dados do MTE mostram aumento de contratações de pessoas com deficiência, mas apenas 54% das cotas estão preenchidas.
De janeiro a junho deste ano, mais de 63 mil pessoas com deficiência (PCDs) foram contratadas no Brasil, conforme dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado, segundo o órgão, reforça a importância de políticas de inclusão, como a Lei de Cotas (Lei nº 8.213/1991), que acaba de completar 34 anos.
Mais de 93% das contratações registradas no período ocorreram em empresas obrigadas a cumprir a norma, que estabelece a destinação de 2% a 5% das vagas em companhias com mais de 99 funcionários para trabalhadores com deficiência. No entanto, apesar dos avanços, apenas 54% das cotas estão efetivamente preenchidas, indicando que ainda há barreiras a serem superadas.
Para tornar o ambiente de trabalho mais equitativo, especialistas destacam a importância de desenvolver políticas de compliance e governança corporativa que considerem as normas de acessibilidade e a não discriminação em todas as suas práticas.
Segundo a Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência, o programa de compliance deve adequar políticas internas em prol da inclusão, desenvolver treinamentos e comunicação fomentando a cultura de integridade na diversidade e orientar os canais de denúncia para o tratamento adequado de casos de discriminação e demais comportamentos indesejados.
Ainda de acordo com a Câmara Paulista, embora haja um crescimento do interesse por programas de Compliance e Diversidade e Inclusão (D&I), nem todas as empresas alinham essas iniciativas às regras de acessibilidade, o que perpetua barreiras arquitetônicas, comunicacionais e atitudinais.
O CEO da clickCompliance, Marcelo Erthal, considera indispensável que as organizações assegurem um ambiente acessível aos colaboradores nos aspectos funcional e estrutural. “Como promover um processo seletivo para pessoas com deficiência se o próprio espaço da empresa não oferece condições adequadas para sua circulação e atuação?”, questiona.
Ele orienta que, para evitar esse tipo de situação, é preciso garantir que todos possam utilizar instalações, equipamentos, serviços e informações de forma autônoma, segura e confortável, sem depender de adaptações improvisadas.
Erthal também destaca a importância de ter uma política interna voltada para o combate à discriminação, como uma forma de demonstrar que a empresa não tolera qualquer forma de preconceito, intolerância, violência ou assédio. “É possível fazer isso através do gerenciamento de documentos, desenvolvendo, por exemplo, políticas e códigos de conduta que orientem sobre a postura adequada da equipe, assegurando ainda que as normas sejam revisadas periodicamente.”
Antes mesmo de decidir o que precisa ser feito para colocar a inclusão em prática, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) destaca que o primeiro passo deve ser mapear a situação da organização, olhando para a composição dos times e, principalmente, para os cargos de liderança. Assim, é possível identificar onde há lacunas em relação à equidade.
O Sebrae também recomenda rever a contratação dos funcionários. “Uma das principais formas de tornar uma empresa mais diversa e inclusiva é ter atenção ao processo de recrutamento e seleção, e isso acontece por diversos motivos. Entre eles está a possibilidade de a empresa contratar pessoas de mente aberta e dispostas a atuar em um ambiente diverso e sem preconceitos”.
Investir em acessibilidade garante competitividade
A implementação de práticas de acessibilidade, além de atender à legislação e criar um ambiente mais justo para pessoas com deficiência, contribui diretamente para a competitividade das organizações. O Sebrae reforça que a inclusão e a diversidade são temas cada vez mais valorizados no mundo dos negócios, e as empresas que adotam esse posicionamento constroem uma melhor reputação.
Essa postura contribui para a atração e a retenção de talentos. Segundo o Serviço, profissionais tendem a escolher atuar em locais que estejam alinhados aos seus valores e que demonstrem compromisso com o desenvolvimento de ações voltadas para uma sociedade mais justa.
O Sebrae destaca ainda que investir em acessibilidade gera reflexos diretos na produtividade, levando em conta que boa parte dela está relacionada com a motivação no trabalho e do quanto os colaboradores se sentem engajados com a empresa.
Erthal concorda e acredita que equipes diversas tendem a ser mais produtivas e inovadoras do que grupos homogêneos. “Pessoas com experiências, habilidades e perspectivas distintas conseguem analisar uma mesma situação sob vários ângulos, o que amplia o repertório de soluções criativas”, afirma. Para ele, a inclusão desses pontos de vista pode levar ao maior engajamento dos colaboradores e à cultura de colaboração e respeito mútuo.


‘Ato Culposo’ pode render a cassação do mandado do prefeito Fernando Lubrechet, por infração política-administrativa
“Novo Ataque” do Poder Executivo ao Ministério Público local
Hípica Vista Alegre realiza neste sábado competições, com almoço caipira e estandes variadas
Prefeito ignora Ordem Judicial e retém verba destinada à Santa Casa (hemodiálise)
Após revisão da Justiça, legislativo fará leitura da CEI que poderá levar a cassação do prefeito Lubrechet
PMAmb. Formatura do CEP e, ações de policiamento em criadores de Aves Nativas e em Pátio Madeireiro