Loteria municipal? Sim, é verdade! O novo e o velho estão inovando!

Os vereadores Fabricio Lubrechet, Theo e Sandra Vadalá, propõem “Projeto de Jogo de Azar Municipal”.
A Vereadora Mirelle Bueno, indignada, contesta: então vamos criar a ‘cerveja municipal’ ou o ‘cigarro municipal’.
Na sessão camarária desta última 2ª feira, 24/11, esta redação foi surpreendida por uma proposta NOVA, advinda do NOVO Vereador FABRICIO LUBRECHET e dos Vereadores THEO E SANDRA VADALÁ E CARIDADE. Trata-se do Projeto da Loteria Municipal. Isso mesmo! Projeto em prol da arrecadação municipal pela ‘municipalização’ de um ‘JOGO DE AZAR’ no município.
Do ponto de vista sociológico, vejamos as palavras, em tribuna, dos digníssimos vereadores defensores da LOTERIA MUNICIPAL. O vereador FABRICIO LUBRECHET disse:
“O que essa lei vai visar? Ela tem a idéia de trazer o que a gente não arrecada hoje da loteria para o nosso município. (…) A loteria municipal tem essa idéia de trazer a arrecadação para o nosso município”.
Na tentativa de apresentar a vantagem financeira quanto a loteria municipal e de convencer os demais pares, PREOCUPANTEMENTE, o vereador Fabricio Lubrechet, irmão do Prefeito Fernando Lubrechet, confessou ter tido contato com uma empresa específica (mesmo, sequer, o projeto ter sido levado a votação na Câmara Municipal):
“Nós(quem? Ele e o irmão? Ou ele e outro vereador?) fizemos contato com UMA EMPRESA QUE É ESPECIALIZADA NESSE TIPO DE LOTERIA. (…). Nós acreditamos que para uma cidade do tamanho de Pirassununga, nós tenhamos uma arrecadação, aí, próximo aos 10 milhões no ano”.
De sorte que restam pertinentes as seguintes perguntas:
1) Esse Projeto de Lei quanto a introdução de JOGOS DE AZAR em Pirassununga, seria um JOGO DE CARTAS MARCADAS? 2) Quem é o autor do Projeto de Lei de fato? A empresa com quem mantiveram contato? 3) Qual é esta empresa? 4) Ela poderá redigir o ‘Termo de Referência’ para o processo Licitatório em caso do Projeto de Lei ser aprovado? 5) Será ela quem ganhará?
O vereador, ainda, contrariando a opinião popular, combate os jargões ‘estimular o tigrinho”, ou “jogar não faz bem”, justificando o projeto da Loteria Municipal com o fato de já existirem pessoas que fazem estes jogos.
O vereador CAPITÃO THEO (ex-Policial Militar – cujos valores da CORPORAÇÃO MILITAR são contrários aos vícios e outros maus costumes que possam incentivar a criminalidade ou o bem estar da família) disse:
“tive casos de vícios na minha família também, que é um problema geral, mas a gente não tá inventando nada que já não exista”.
Em defesa ao projeto, se apoia nas previsões orçamentárias (ainda desconhecidas) do município para os próximos anos (com o advento da Reforma Tributária) e justifica:
“a gente vai ter que criar novas receitas, …, a loteria, de certa forma, acaba sendo discricionária, faz a ‘fezinha’ quem quer, quem quiser participar vai tá lá. Eu acredito que é uma alternativa da gente criar uma fonte de arrecadação para o município”.
A vereadora SANDRA VADALÁ disse:
“Sobre a Loteria, a qual EU ESTOU TAMBÉM COMO AUTORA, eu não dei meu parecer (na comissão) porque eu gostaria de visitar outros lugares”.
Contrariando a si mesma, diz:
“A princípio, eu também não sou a favor de jogos, não tenho problema né, mas não sou a favor”.
E continua (na tentativa de justificar SUA AUTORIA quanto ao Projeto de Lei que introduz JOGOS DE AZAR NO MUNICÍPIO):
“Nesse projeto, (…) nós estaríamos competindo com a Loteria Federal. Certo?”
* deixando claro sua visão quanto ao benefício arrecadatório e possível desprezo a todas as outras questões maléficas trazidas com os jogos de azar.
Aparentemente indignada, a vereadora MIRELLE BUENO, conhecida por muitos como uma vereadora de esquerda, com contundência e discernimento social, parece enxergar com maior amplitude a questão, e não só pelo viés arrecadatório:
“é muito legal falar da arrecadação, da arrecadação. Mas a AMBEV, nesse trimestre, teve uma arrecadação de 20 bilhões. Então vamos fazer uma ‘CERVEJA MUNICIPAL’. Porque é arrecadação …, nós vamos ter muito dinheiro se a gente tiver o VÍCIO INSTITUCIONALIZADO, não é? Se a gente quer ganhar sobre o vício das pessoas, vamos fazer um ‘CIGARRO MUNICIPAL’. É muito fácil a gente falar ‘a gente precisa arrecadar’, mas a gente tem dados sobre o vício no Brasil, e sobre o vício em jogos, que são alarmantes. A gente tem 11 milhões de brasileiros, com 14 anos, apostando. 38% dos jogadores, tem transtornos envolvendo jogos. E para piorar, entre os 14 a 17 anos, os adolescentes, os transtornos são de 55% desta população. E esse projeto que tá tramitando aqui nessa Casa, que eu denomino IRRESPONSÁVEL, NÃO DELIMITA NEM IDADE DE JOGADOR”.
E VOCÊ MUNÍCIPE PIRASSUNUNGUENSE, O QUE PENSA DESSE PROJETO DE LEI?
Muitos munícipes já têm se manifestado dizendo: “a arrecadação municipal não está acima da saúde da nossa população”. “Municipalizar jogos de azar é um absurdo; é um incentivo ao exercício do jogo”.
As estatísticas mostram que JOGOS DE AZAR destroem famílias, causam suicídios e colapsam financeira e moralmente a vida de muitas pessoas, não sendo raro pessoas apelarem para crimes, ou adolescentes roubarem os próprios pais, para o exercício desta atividade.
VALE TUDO PELO LUCRATIVO, PELO AUMENTO DA ARRECADAÇÃO MUNICIPAL?
Pelo Projeto de Lei de Jogo de Azar (Loteria Municipal) apresentado pelos vereadores Fabricio Lubrechet, Capitão Théo e Sandra Vadalá, parece VALER!
Da Redação – O espaço está aberto para que as pessoas citadas na matéria se manifestem.
Imagem – Reprodução do Facebook


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