Procon fiscaliza mais de mil bares e restaurantes de SP em uma noite durante operação contra bebidas adulteradas

Ação simultânea em todo o estado contou com mais de 400 agentes e integra o gabinete de crise do Governo de São Paulo no combate à contaminação por metanol
Atividades ocorreram em parceria com os Procons municipais conveniados e com apoio da Polícia Civil
- Agência SP
- Publicado em 11/10/2025 – 12:40
Mais de 400 agentes do Procon-SP e de Procons municipais de 92 cidades, além da capital, participaram na noite desta sexta-feira (10) da operação #DeOlhoNoCopo, voltada à orientação e fiscalização de bares e restaurantes em todo o Estado de São Paulo. Ao todo, mais de mil estabelecimentos foram impactados pela iniciativa.
Durante a ação, os agentes verificaram o cumprimento das regras do Código de Defesa do Consumidor, com foco na procedência e regularidade das bebidas comercializadas, e orientaram o público sobre os riscos da contaminação. A operação percorreu todas as regiões do estado e reforça o eixo de comunicação e orientação da força-tarefa do governo paulista no enfrentamento dos casos de intoxicação por metanol
LEIA MAIS: Força-tarefa do Governo de SP prende homem que mantinha fábrica clandestina de bebidas em Tatuí

As atividades ocorreram em parceria com os Procons municipais conveniados e com apoio da Polícia Civil em Campinas e Junqueirópolis. Na capital, 139 estabelecimentos foram fiscalizados e orientados, enquanto 67 receberam equipes nos núcleos regionais do interior e litoral. Em 42 locais foram constatadas irregularidades relacionadas ao Código de Defesa do Consumidor, sem registros de suspeita de adulteração de bebidas alcoólicas.
“Estamos realizando uma operação conjunta visando a saúde do cidadão paulista. Estamos atuando junto com o consumidor para que seja restabelecida a confiança nos estabelecimentos”, afirmou Luiz Orsatti Filho, diretor executivo do Procon-SP.
A iniciativa integra as ações do gabinete de crise criado pelo Governo de São Paulo para enfrentar os casos de contaminação por metanol. O grupo reúne as secretarias da Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Planejamento, Justiça, Desenvolvimento Econômico, Comunicação e as vigilâncias sanitárias municipais. Entre as medidas coordenadas estão a interdição cautelar de estabelecimentos suspeitos, o recolhimento de garrafas para perícia e ações educativas e preventivas em todo o estado.
“É muito importante estar presente nesses lugares. Eu acho válido qualquer tipo de campanha que esteja aqui para nos ajudar. É uma forma de se sentir mais seguro. É bom saber que tem pessoas que estão olhando e dando esse apoio”, disse Aline Mohamad, 28 anos, uma das consumidoras orientadas pelo Procon-SP durante uma confraternização em Pinheiros, zona oeste da capital.
Durante as abordagens, os agentes distribuíram folhetos com orientações de segurança e boas práticas para comerciantes e consumidores. A ação também incluiu explicações em inglês e espanhol a turistas estrangeiros abordados na capital.
“Foi um grande impacto para os proprietários de bares e restaurantes. A primeira medida que tomamos foi verificar nossos fornecedores, com notas fiscais e bebidas. Vi um movimento muito importante do Governo para não deixar esse fenômeno se ampliar”, relatou Marco Benini, dono de um bar em Pinheiros.
Como a reutilização indevida de garrafas é um dos principais riscos de contaminação por metanol, os agentes reforçaram as orientações sobre o descarte adequado dos recipientes. “Por conta da comunicação do Governo, descobrimos que a garrafa no lixo poderia ser usada de forma errada. Eu não sabia. Nos ensinaram a ter mais cuidado no descarte das garrafas”, completou Benini.
Orientações para os consumidores ao comprar bebidas
1) Procure estabelecimentos conhecidos ou dos quais tenha referência;
2) Desconfie de preços muito baixos – no mínimo podem indicar alguma falha como sonegação e adulteração, por exemplo;
3) Observe a apresentação das embalagens e o aspecto do produto: lacre ou tampa tortos ou “diferentes”, rótulo desalinhado ou desgastado, erros de ortografia ou logos com “variações”, ausência de informações como CNPJ, endereço do fabricante ou distribuidor, número do lote, e outra imperfeição perceptível.
4) Ao notar alguma diferença, não fazer testes caseiros como cheirar, provar ou tentar queimar a bebida. Essas práticas não são seguras nem conclusivas.
5) Fique atento a sintomas pós-consumo: visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência, isso pode indicar intoxicação por metanol ou por bebida adulterada.
6) Busque atendimento médico imediatamente: se houver qualquer sintoma suspeito, o consumidor deve procurar urgência médica sem demora.
7) Comunique as autoridades competentes: Disque-Intoxicação (0800 722 6001, da Anvisa) para orientação clínica/tóxica; Vigilância Sanitária local (municipal ou estadual); Polícia (civil); Procon (órgão de defesa do consumidor); quando aplicável, outros órgãos relacionados (Ministério da Agricultura, etc.).
8) Exija sempre a nota fiscal ou comprovação de origem: documento precisa ter todas as informações de identificação do fornecedor e da compra, isso ajuda na rastreabilidade do produto e é uma garantia para o consumidor em eventual reclamação.
Orientações para os fornecedores
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), todos os fornecedores da cadeia são responsáveis por eventuais danos ao consumidor. Por isso, esses atores também devem ter cuidados no momento de adquirir e/ou comercializar bebidas alcoólicas.
1) Garantir rótulos em português com informações completas (origem, ingredientes, validade, preço e formas de pagamento) e manter exemplar do CDC disponível aos consumidores.
2) Aquisição segura: comprar apenas de fornecedores idôneos e com CNPJ ativo; manter cadastro atualizado para rastreabilidade; exigir e arquivar NF-e válida, conferindo a chave de 44 dígitos no portal da Receita Federal; evitar compras de vendedores informais ou sem documentação fiscal.
4) Procedimentos no recebimento: adotar dupla checagem no recebimento das bebidas — abrir caixas na presença de duas pessoas, registrar rótulos, lotes, datas e fornecedores; conferir marca, teor alcoólico, volume e lote com a nota fiscal; guardar comprovantes e imagens do circuito interno para eventual cooperação com autoridades.
5) Armazenamento seguro: identificar colaboradores com acesso ao estoque e manter controle de entrada e saída; preservar condições adequadas e impedir manipulações indevidas.
6) Identificação de sinais de adulteração: ficar atento a lacres tortos, rótulos com erros ou desgastes, lotes divergentes, odor de solvente ou outras irregularidades. Em caso de suspeita, interromper a venda, isolar o lote, registrar o ocorrido e preservar amostras para perícia.
7) Comunicação imediata às autoridades: notificar a Vigilância Sanitária, Polícia Civil, Procon, Ministério Público e, quando cabível, o Ministério da Agricultura e Pecuária.
8) Esclarecimento sobre as fiscalizações: as ações da força-tarefa não significam que os locais fiscalizados vendiam bebidas com metanol de forma consciente. As análises são preventivas, baseadas em denúncias e informações de vítimas. Apenas estabelecimentos sem nota fiscal ou com indícios de adulteração são interditados cautelarmente.
Da Redação: Na cidade de Pirassununga, não ocorreram fiscalizações nem por parte da Vigilância Sanitária, PROCOM e autoridades policiais.


Boa Morte assassina com golpes de faca lavrador após discussão em Forró, região do CDP de Santa Cruz da Conceição
Policiamento Ambiental dos pelotões da 2ª Cia. PMAmb, se destacam nas ações ambientais
A cidade de Leme firma novo acordo com a UNESCO. Veja mais: Mês da Consciência Negra. Dia Mundial e Nacional do Diabetes
Acusado de roubo é detido em apartamento com mais de 4 kg de maconha em Pirassununga
Professoras acusadas e puxar cabelos de aluna, mãe se rebela. Namorado agride namorada e acaba preso
TCE-SP aponta falhas graves na gestão municipal de Pirassununga e risco à segurança em prédios públicos