O desafio de sair do ruivo: como neutralizar pigmentos sem agredir os fios?

Foto: Freepik
Mudar a cor dos cabelos é um dos recursos mais populares para renovar o visual, mas nem sempre é um processo simples, especialmente quando se trata de deixar o ruivo para trás. A coloração vermelha, conhecida por sua intensidade e vivacidade, também é uma das mais difíceis de remover. Por isso, muitas pessoas que decidem abandonar o vermelho se deparam com um desafio técnico: como tirar o vermelho do cabelo sem comprometer a estrutura dos fios?
Diferentemente de outras cores, o ruivo tende a permanecer por mais tempo no cabelo. Seus pigmentos penetram profundamente na fibra capilar e, mesmo após o desbotamento, deixam reflexos alaranjados ou rosados. Essa resistência natural da cor exige métodos específicos para remoção ou correção, e, em muitos casos, o processo precisa ser feito de forma gradual, respeitando a saúde do cabelo.
Desbotamento controlado antes da mudança
Antes de partir para qualquer correção de cor, é recomendado iniciar o processo pelo desbotamento. Isso pode ser feito com o uso de shampoos antirresíduos, que ajudam a acelerar a remoção da coloração sem utilizar produtos químicos agressivos. Embora sejam eficazes nesse papel, esses shampoos devem ser usados com cautela, pois tendem a deixar os fios mais secos, exigindo cuidados extras com hidratação.
Outra alternativa para quem busca uma transição mais suave é a decapagem controlada. Essa técnica tem como objetivo remover o excesso de pigmento artificial, sem interferir diretamente na cor natural do cabelo.
Utilizando produtos específicos para esse fim, é possível clarear os fios de forma progressiva, abrindo espaço para a aplicação de uma nova tonalidade. O procedimento, no entanto, deve ser realizado por um profissional capacitado, que saberá avaliar o histórico químico e as condições do cabelo.
Neutralização: cor sobre cor com técnica
Após o desbotamento inicial, chega a etapa de neutralização dos tons avermelhados. A aplicação de tonalizantes ou corretores com base verde ou azul é uma das estratégias mais utilizadas para anular os reflexos indesejados. Esses pigmentos frios equilibram o vermelho residual, criando uma base mais neutra para a próxima coloração, geralmente castanhos, loiros acinzentados ou até mesmo tons fantasia.
No entanto, aplicar outra cor diretamente sobre o ruivo sem neutralizar os pigmentos pode levar a resultados imprecisos, como tons manchados ou esverdeados. Por isso, é importante entender o círculo cromático capilar e contar com a orientação de um colorista experiente, que saiba como combinar os tons de forma segura e eficaz.
Recuperação e manutenção dos fios
Durante todo o processo de remoção da cor, os fios passam por agressões que podem comprometer sua resistência. Para evitar danos mais severos, é essencial incluir tratamentos de recuperação capilar na rotina. Máscaras de hidratação, nutrição com óleos vegetais e reconstruções com queratina ajudam a manter a fibra capilar forte e saudável.
É indicado ainda espaçar os procedimentos químicos e intercalar cada etapa com sessões de cuidados intensivos. O uso de produtos sem sulfato, leave-ins com proteção térmica e óleos finalizadores também contribui para preservar o brilho e a maciez do cabelo durante a transição de cor.
Transformação com responsabilidade e paciência
Sair do ruivo não é impossível, mas exige tempo, técnica e comprometimento com os cuidados capilares. Mais do que apenas trocar de cor, esse processo representa uma verdadeira transformação, que deve respeitar os limites do cabelo e ser feita de forma consciente. Ao adotar estratégias seguras e buscar orientação profissional, é possível conquistar um novo tom sem abrir mão da saúde dos fios. Afinal, cada etapa da mudança pode ser feita de forma planejada e com resultados que refletem o cuidado e o respeito pela beleza natural dos cabelos.