Aeronáutica surpreende com mudanças drásticas na FAB

Governo vai paralisar a operação de pelo menos 40 aeronaves, afastar 137 pilotos e reduzir expediente de trabalho
A imagem vazada de uma suposta planilha do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) sugere que a Força Aérea Brasileira (FAB) já começou a implementar uma nova série de medidas para cortar custos em resposta à crise financeira provocada pelo atual governo federal.
O documento, divulgado nas redes sociais nesta terça-feira, 1º, indica que as mudanças trarão vários efeitos na rotina operacional da instituição. Isso inclui o afastamento de 137 pilotos e a paralisação de pelo menos 40 aeronaves.
FAB suspende o uso de aviões para eventos
As informações podem ser encontradas em uma mensagem no perfil @viajandocomoluiz. Este canal, que se identifica como sendo de Brasília, aborda temas de cultura, turismo e experiências. No conteúdo apresentado, o autor, Luiz Carlos Machado, que é um funcionário público, mostra a foto de uma planilha chamada “Impactos”. Essa planilha exibe uma lista de nove iniciativas destinadas a diminuir os custos da instituição. As seguintes são as medidas propostas pela FAB:
- Redução da hora de voo e do número de pilotos;
- Paralisação de 40 aeronaves;
- Afastamentos de 137 pilotos, inclusive do Grupo de Transporte Especial, responsável pela condução, por exemplo, de ministros;
- Suspensão de fornecimento de aeronaves para eventos;
- Suspensão de pagamento para missões externas;
- Adoção de meio expediente tanto na FAB, quanto no DCTA.
Uma fonte associada às Forças Armadas confirmou as informações. Embora a FAB não tenha especificado os cortes, ela admitiu a implementação de um “plano de contenção de gastos”. Esse plano resulta em uma redução de R$ 812,2 milhões no orçamento do Comando da Aeronáutica. A resposta completa pode ser vista abaixo.
Cortes superam os R$ 800 milhões
“A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que o Decreto n° 12.447, de 30 de maio de 2025, determinou a contenção de cerca de R$ 2,6 bilhões ao atual orçamento do Ministério da Defesa. Desse total, coube ao Comando da Aeronáutica (COMAER) a contenção de R$ 812,2 milhões, dos quais R$ 483,4 milhões em despesas discricionárias e R$ 328,8 milhões em projetos estratégicos.
No tocante às despesas discricionárias, foram estabelecidos critérios, métodos e premissas para a definição das ações orçamentárias cujas atividades e projetos seriam afetados. Dentro das possibilidades de absorção dos valores conforme a classificação orçamentária, foram priorizadas despesas discricionárias que dão suporte orçamentário para a execução de determinadas atividades, e também para compromissos já assumidos, em detrimento de outras áreas. Contudo, considerando o alto valor dos bloqueios e dos contingenciamentos estabelecidos, e o fato de essas contenções terem sido estabelecidas restando sete meses do atual exercício, houve impactos severos em praticamente todas as atividades, desde as operacionais, até as logísticas e administrativas.
No que diz respeito aos projetos estratégicos, a redução de 17% do valor da Lei Orçamentária Anual irá requerer ajustes contratuais, a fim de mitigar impactos nos cronogramas de entregas das aeronaves.”
Falta de combustível a trabalho de manutenção
Recentemente, o próprio Ministério da Aeronáutica havia admitido que as restrições orçamentárias “impactam não apenas o reabastecimento das aeronaves, mas todo o ciclo de operação e manutenção da frota“. A FAB destacou ainda que “há limitações na aquisição de lubrificantes, peças de reposição e na realização de reparos em motores”.
As informações são da Revista Oeste.
DA REDAÇÃO
Diante essas medidas o tradicional Portões Abertos, que ocorrem todos os anos na Academia da Força Aérea em Pirassununga, estaria comprometido.